quinta-feira, 17 de junho de 2010

Um atlas intuitivo e pessoal - percurso familiar

Junho de 2010
(A2, grafite e tinta da china sobre papel)
Neste exercício pretendia-se fazer uma descrição de um percurso familiar (que se fizesse todos os dias) usando apenas a memória dos estímulos visuais. Desta forma, usa-se a memória como referência.

Para a sua concretização exige-se também um esforço de selecção das imagens mais importantes no percurso e de organização destas imagens de modo expressivo na página.

É interessante analisar-se o resultado para verificar para onde se olha quando se faz o percurso e que aspectos são mais retidos na memória.

2 comentários:

Guillaume Riflet disse...

Wow, adorei Ângela! O meu favorito!

AC disse...

Olá!
Obrigada :-)!

Uma coisa interessante é que depois de ter feito este desenho sempre que faço o mesmo percurso a pé sinto que o percurso ficou diferente de antes, no sentido em que parece mais meu, como se o tivesse a percorrer dentro de mim.

Existem pontos em que a memória falhou mas é engraçado verificar que atributos de alguns pontos do percurso foram transportados para outros pontos. É interessante ver o que a memória conservou e o que foi transformado.

Gostei bastante do efeito e planeio fazer mais experiências deste género, talvez mesmo com percursos que só fiz quando era pequena, a ver o que me lembro.

A memória é realmente um dispositivo fantástico.

Este trabalho apresenta pontos de contacto com o trabalho de David Hockney, que realiza pinturas-percurso mas apoiadas na visão/fotografia e não na memória, e de Mike Kelley, que fez uma escultura da sua escola usando as suas recordações.